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Vacina da Covid

Emanuel e familiares furaram fila; assessor “ganhou” tornozeleira

Ministério Público Estadual chegou a pedir à Justiça o afastamento do prefeito por causa do fato

Mídia News

08/03/2024 - 10:14

O prefeito afastado de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) furou a fila da vacina da Covid-19 em 2021 e enganou a população cuiabana afirmando ter se imunizado de acordo com o cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde. Familiares dele também foram beneficiados. É o que diz o Ministério Público Estadual.

Causa espanto essa conduta do prefeito Emanuel Pinheiro
 
A informação consta em um inquérito aberto pelo MPE contra Emanuel, o irmão dele, Marco Polo de Freitas Pinheiro, o ex-chefe de gabinete Antônio Monreal e o ex-secretário-adjunto de Gestão na Saúde de Cuiabá, Gilmar Souza Cardoso, por crime de responsabilidade. O inquérito foi aberto após análise dos materiais apreendidos na Operação Capistrus.

Em novembro do ano passado, o desembargador Gilberto Giraldelli, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, determinou que Gilmar passasse a ser monitorado por tornozeleira eletrônica por conta do fato. 

O MPE também pediu que Emanuel fosse proibido de gerir a Saúde, mas como na época a Pasta estava sob intervenção, o desembargador decidiu postergar a análise.

O emedebista foi afastado do cargo nesta semana por decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, sob acusação de chefiar uma organização criminosa na Saúde da Capital. 

Consta no inquérito que entre os meses de agosto de 2020 e janeiro de 2022 Gilmar ocupou o cargo de coordenador técnico de tecnologia e informática da Secretaria de Saúde e, entre outras atribuições, era responsável pelo controle absoluto do cronograma de vacinação da Covid-19.

Conforme o MPE, Emanuel solicitou 26 agendamentos de vacinação para Gilmar, sendo que desses, 16 foram pedidos por seu irmão, Popó.

Ainda segundo o Ministério Público, Antônio Monreal também solicitou o agendamento de 36 pessoas para tomar a vacina. Entre essas solicitações estavam os CPFs de Emanuel Pinheiro e Popó.

"Notou-se, ainda, que Antonio Monreal escolhe a vacina da Pfizer como a primeira dose para o prefeito e seu irmão", diz trecho do documento.

Segundo o MPE, Emanuel tomou a vacina no dia 13 de maio de 2021, mas ludibriou a população informando ter se imunizado em 4 de junho daquele ano.

"Não bastando a falta de empatia do chefe do Executivo com os outros grupos prioritários, pasmem, o prefeito ainda ludibriou a população de Cuiabá afirmando, em matéria publicada no site da própria Prefeitura, que tomou a vacina apenas no dia 04/06/2021, em 'respeito' ao cronograma de vacinação", diz trecho do documento.

"Causa espanto essa conduta do prefeito Emanuel Pinheiro, pois além de utilizar do poder que a lei lhe conferiu para beneficiar a si próprio, a irmão e a terceiros, em detrimento de pessoas que tinham preferência para se imunizarem (entre elas aquelas com comorbidades graves, transplantados, idosos, gestantes, deficientes fisícos, etc) ainda se vale do site do Município para tentar encobrir seus crimes", diz outro trecho. 

O Ministério Público ressaltou que todos os beneficiados não estavam ainda aptos a receberem a vacina. Todavia, conforme o documento, não há conduta penalmente relevante quanto a essas pessoas, visto que as solicitações foram supostamente feitas sem qualquer contrapartida ou, ao menos, sem qualquer garantia de êxito, o que as torna atípicas.
 
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